Através do sistema Agroflorestal, os produtores prometem revolucionar o modo de cultivo
Eduardo Carriça e a esposa Gabriela Scolari
Imagem cedida pela Terra Planta
Localizada no estacionamento da Construtora Vectra, a Feira Orgânica de Londrina é realizada todos os sábados, das 8 às 12 horas. A feira reúne produtores de Londrina e região há aproximadamente dois anos. Eduardo Carriça e sua esposa, Gabriela Scolari, são proprietários da Terra Planta – empresa fundada em 2013. Com a ajuda de um funcionário, o casal planta hortaliças e frutas em uma área total de um alqueire.
Todo o cultivo é realizado por meio do sistema Agroflorestal. “Esta combinação entre espécies agrícolas, como alface e couve, e espécies arbóreas, como bananeira e eucalipto, otimizam a produtividade por meio do fornecimento de madeira, frutas e alimentos para o complemento da renda do produtor. Além de aumentar a fertilidade do solo, controlar as pragas e doenças, assemelhando-se a um sistema de floresta com o aumento da biodiversidade e a sustentabilidade da produção”, explica o Agrônomo e especialista em Agroecologia, Fernando Prado.
Imagem Ana Carolina
Mas nem sempre foi assim. Carriça tem como formação o curso de designer gráfico, área que trabalhou durante dez anos. Após voltar de Brasília, local onde participou de um curso sobre Agrofloresta, sua profissão deixou de fazer sentido devido ao estilo de vida que estava prestes a adotar. “Pedi demissão e desde então fiz diversos cursos para domínio da técnica e aliei os conhecimentos da minha esposa que é Bióloga”, conta Carriça.
Há aproximadamente quatro anos, o casal obteve a certificação de produção orgânica, mas ainda enfrentam dificuldades no segmento. “A comercialização e a mão de obra são algumas das dificuldades que a maioria de nós, produtores, enfrentamos. Não encontramos mão de obra qualificada e a comercialização é restrita a venda direta. Por isso não conseguimos vender em grande quantidade. Mesmo assim continuamos e é isso que nos dá prazer, porque nós não conseguimos agredir nossa terra”, afirma Carriça.
Felipe Freitas e sua esposa Daniela Rodrigues
Imagem Ana Carolina
O agrônomo, produtor e idealizador da Feira Orgânica, Felipe Freitas, também falou das dificuldades desde sua formação, mas compartilhou com alegria uma conquista dos produtores de Londrina. “Em 2012, quando descobri que meu diploma poderia ser usado para aplicar agrotóxicos, procurei uma alternativa que pudesse contribuir com o meio ambiente. Foi quando conheci a Agroecologia e entrei para o time de orgânicos e plantio consciente. Hoje, após anos de luta e resistência do município, tenho a felicidade de comunicar que conseguiremos, a partir da segunda quinzena de janeiro de 2018, organizar uma feira orgânica em Londrina, as margens do Lago Igapó”, conta com sorriso nos olhos.
“Todas essas iniciativas culminam em qualidade de vida para a população. Nós queremos que as pessoas voltem a comer e cozinhar comida de verdade. Hoje, grande parte dos alimentos consumidos pela população são produzidos em larga escala, com grandes quantidades de agrotóxicos e que ainda degradam o meio ambiente. Nosso corpo precisa de alimentos que nos dê energia”, finaliza Carriça.
Imagens Ana Carolina
Confira o vídeo do site de Londrina ‘Vivendo da terra’ e conheça a feira:
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