Potencial dos novos transgênicos na agricultura foi tema de palestra no 3º AgroInovaTec

Pesquisador do Centro Nacional de Recursos Genéticos e Biotecnologia da Embrapa foi convidado para discutir o tema.

Palestrante Francisco José Lima Aragão. 
Foto: Francilayne Flor



O segundo dia do 3º Simpósio de Tecnologias Inovadoras para a Agricultura, o AgroInovaTec, teve início com palestra do engenheiro agrônomo Francisco José Lima Aragão, pesquisador da Embrapa Cenargen (Centro Nacional de Recursos Genéticos e Biotecnologia), de Brasília. As novas tecnologias geradas a partir de pesquisas no Brasil e no mundo e as contribuições da engenharia genética para a agricultura foram as principais discussões apresentadas pelo palestrante.
Com uma breve introdução sobre o surgimento da genética, o palestrante afirma que, a princípio, as modificações nos genes eram realizadas somente em plantas, e que atualmente, a engenharia genética consegue transferir genes de qualquer organismo para qualquer organismo.
Além da melhora na qualidade, na produtividade, na diminuição de doenças, o objetivo da engenharia genética é também prolongar a duração dos alimentos. “Nós queremos que os frutos fiquem o mais tempo possível nas prateleiras”, declarou Francisco.
No Brasil, foi no ano de 1990 que começou a ser usado este tipo de engenharia em produtos como, algodão, milho, soja, cravos e mamão. O mamão foi a primeira fruta modificada e comercializada em 1998, com a aprovação da CTN Bio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), que tem o objetivo de verificar a segurança de experimentos de novos produtos e a liberação para que sejam comercializados. Este método de segurança ocorre em todos os países organizados do mundo, de acordo com o palestrante.
Aragão, também destaca melhorias em produtos que podem ser resistentes à seca, como é o caso da cana de açúcar na Indonésia, além de flores que podem ser modificadas tanto na cor, no odor e no seu tempo de duração.
O arroz transgênico que promove um aumento de 30% na produção de grãos, a produção de fungos que contém o anticorpo para a prevenção da Hepatite B e os diferentes óleos extraídos de algas, também são algumas pesquisas que estão sendo realizadas em diferentes centros de genética e biotecnologia no mundo.
Segundo Francisco, outra pesquisa desenvolvida hoje está centrada na modificação de raízes de plantas para que aumente a absorção de fósforo. Explica o pesquisador que a diferença neste estudo é que a mudança genética está na raiz sem modificar o fruto e as folhas. Desta maneira, somente a raiz é transgênica.
Para o pesquisador Francisco Aragão, “A falta do fósforo no ambiente é mais preocupante que a falta de petróleo”. Isso é decorrente da redução de jazidas de fósforo, com previsão de atender, no máximo, mais 50 anos. Em consequência, terão que realizar captura mais profunda de fósforo, o que levará ao aumento do custo deste mineral e com ele, o aumento do custo da produção agrícola.
Durante muito tempo, explica Francisco, as pesquisas na área de transgênicos ficaram concentradas no aumento de produção, qualidade e durabilidade do produto mas agora, há uma preocupação também com o consumidor. Um exemplo são as pesquisas focadas no aumento do teor nutricional dos alimentos, como o desenvolvimento de arroz com vitamina A e a alface com ácido fólico.  No Brasil há várias plantas com melhoramentos nutricionais já comercializados.

Alimentos ricos em ácido fólico
Um estudo da Embrapa Cenargen apresentado por Francisco Aragão, é o da alface transgênica, que produz 15 vezes mais ácido fólico, uma vitamina do complexo B. A falta desta vitamina pode levar a sérios problemas de saúde em crianças e adultos e, em gestantes, pode levar à má formação do bebê. Explica o pesquisador que a alface faz parte da mesa do brasileiro, é uma forma de melhorar a qualidade nutricional das pessoas. 
 A escolha da alface, explica Francisco, foi porque os estudos provaram que os alimentos crus produzem mais ácido fólico, pois não precisam ser fervidos. A farinha que apesar de possuir a vitamina assim como outros alimentos, são aquecidos, fazendo com que o ácido fólico seja oxidado pelo calor, não obtendo o mesmo efeito. O espinafre contém boa quantidade da vitamina, mas seu consumo é mais difícil tanto por adultos como por crianças.

Por: Amanda Machado
Foto: Francilayne Flor
Acadêmicas de Jornalismo 

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