Os dois lados das mudanças climáticas na agricultura

Foto: Francilayne Flor


Palestrante apresenta como a agricultura pode alterar o clima e como o clima pode alterar a agricultura.


Engenheira agrônoma e pesquisadora da IAPAR na área de agrometereologia, Dalziza de Oliveira foi uma das palestrantes desta sexta-feira 06/06, na Expo Japão, durante o 3º Agroinovatec. Mudanças climáticas na agricultura foi o tema levado ao Simpósio, trazendo uma discussão em torno das  mudanças climáticas, seus principais impactos na agricultura como as atividades agrícolas afetam o clima.
De acordo com dados do Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas (IPCC), alguns dos principais impactos provocados pelas mudanças climáticas estão no aumento da temperatura da terra, na elevação do nível do mar, em ondas de calor, aumento das secas, ciclones e até da temperatura do ar.
Dalziza de Oliveira explica que, a partir do ano 2000 aumentaram as preocupações com as mudanças climáticas e com o chamado efeito estufa, que vem se arrastando desde a Revolução Industrial, no século XIX. Segundo a pesquisadora, estudos apontam que dos gases poluentes lançados na atmosfera 20% é atribuído à agricultura, 14% aos desmatamentos e alterações no uso do solo e o restante, 66% às indústrias e uso de combustíveis fosseis como o petróleo.
Para a pesquisadora, a queima de biomassa, produção de carvão, desmatamento para conversão de áreas florestais em áreas agrícolas e cultivo de arroz irrigado por inundação, são apenas alguns dos danos que a agricultura e a pecuária vêm causando ao longo dos anos no meio ambiente. Afetam a terra, as nascentes e rios, aumenta a emissão de gases poluentes e acaba afetando o clima. Nestas condições há o aumento da temperatura do solo que, durante o verão, pode chegar a mais de 45° graus, causando a perde de nutrientes e organismos da terra.
Dalziza salienta que as mudanças climáticas vêm causando danos permanentes na agricultura ao longo dos anos, como, por exemplo, em relação aos frutos, pode ocorrer alteração de época de floração,  problemas relacionados à coloração, teor de acidez, tamanho, consistência e durabilidade. Para a pesquisadora, os problemas não param, estudos realizados  apontam que plantações como trigo, maçã e café podem perder seu espaço no Paraná, já o abacaxi e a banana podem ter sua área de plantio aumentado, devido às altas temperaturas previstas para os próximos  100 anos.
A pesquisadora informa que pesquisadores do mundo inteiro estão buscando modos para amenizar os danos e melhorar a qualidade de vida do ser humano e a agricultura tem sua responsabilidade neste cenário. Para ela, é possível continuar cultivando a terra causando menores  danos ambientais. Algumas soluções já foram encontradas como o plantio direto, inclusão de adubos verdes usa de palhas e resíduos para cobrir o solo, melhor manejo de pastagem e restauração de áreas degradas.
No Brasil, explica Dalziza, há projetos implantados com o objetivo de buscar práticas agrícolas  com menor impacto ambiental. Destaca programas como o Agricultura de Baixo Carbono (ABC) criado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), financiado pelo Banco do Brasil, que visa estimular praticas agrícolas sustentáveis como, diminuição de gases causadores do efeito estufa nas atividades agropecuárias, reduzir o desmatamento, adequar as propriedades rurais à legislação ambiental e ampliar as áreas de florestas cultivadas.
Dalziza ressalta a importância do tema e ainda da como ultimo exemplo a Sadia de Santa Catarina que utiliza toda a lavagem da criação de suínos como energia sustentável, o Biogás.
Para quem tiver interesse em saber mais a respeito do clima e suas mudanças, pode encontrar no site da IAPAR o www.iapar.br, na pagina agrometereologia, varias informações como as cartas climáticas e a atualização diária do monitoramento climático do Paraná, entre outras. 

Texto: Mônica de Azevedo Peres
Foto: Francilayne Flor
Acadêmicas de Jornalismo
Agência de Comunicação Integrada Unopar
Projeto de Extensão


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