Dia Nacional do Campo Limpo



No dia 18 de agosto aconteceu mais uma edição do Dia Nacional do Campo Limpo. Realizado há 15 anos pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev), o objetivo é levar às comunidades próximas das unidades de recebimento de embalagens vazias de defensivos agrícolas a conscientização sobre a conservação do meio ambiente. A Associação Norte Paranaense de Revendedores de Agroquímicos (ANPARA) - também uma das unidades de recebimento de embalagens – neste dia, abriu as portas para todos os interessados poderem conhecer melhor o processo de recebimento de embalagens.


A ANPARA recebe cerca de uma tonelada de alumínio e 350 toneladas de plástico por ano. Aqueles que compareceram ao evento fizeram um tour pela Associação e entenderam cada parte do processo, desde a chegada das embalagens até o recolhimento feito pela Inpev.

Quando as embalagens chegam até as unidades de recebimento são separadas entre tríplices lavadas, ou seja, que foram lavadas três vezes e que podem ser recicladas, e embalagens não laváveis, que são as que possuem resíduos e por isso, vão para a incineração. Neste último caso, o agricultor deve devolvê-las dentro de sacos de resgate adequados para evitar contaminação externa. Ambos os tipos de embalagens são levadas para serem prensadas diminuindo o volume e facilitando o transporte.

O agricultor tem o prazo de 1 ano após a data de compra para devolver as embalagens vazias com rótulo e tampas, estas devem ser entregues separados e dentro um saco plástico comum. As embalagens não podem ser transportadas em veículos fechados, por isso, a ANPARA realiza a coleta anual duas vezes por ano em 35 municípios. O objetivo é auxiliar e motivar os produtores na devolução. Quando a unidade atinge 13.500 kg de materiais é feita a coleta pela transportadora do Inpev.

O doutorando de agronomia pela UEL (Universidade Estadual de Londrina), Paulo Cremonez, aponta a importância de estudantes entenderem na prática os processos de recebimento de embalagens. “Como a gente faz experimentos utilizando esses produtos químicos sabemos que temos que dar um destino correto às embalagens após o uso. É bacana saber o que acontece depois da porta do laboratório, a justificativa da tríplice lavagem que a gente faz. Isso é bastante interessante”, explica.



Embalagens de material reciclável. Foto: Laís Rodrigues

Há diferentes tipos de embalagens. Segundo o engenheiro agrônomo, Irineu Zambaldi, diretor técnico e executivo da ANPARA, muitas embalagens novas de agroquímicos são feitas com o tipo de embalagem triex – tripla extrusão – ou seja, possuem material reciclado em sua composição. “Isso traz o benefício de manter o material no mesmo setor. Por exemplo, se nasceu como embalagem de veneno vai morrer como embalagem de veneno, assim o material continua no setor de agroquímico”, explica ele.

A embalagem triex é feita em três camadas: interna - 10% é feita de material virgem para isolar o novo produto que será embalado; externa - 5% é de material virgem para evitar o contato das as mãos com o material que foi reciclado; centro - 85% é composto pelo material que foi reciclado.
“A produção de embalagens segue as normativas do Ministério da Agricultura e metodologias do Inmetro”, afirma o diretor.

Reportagem de: Bruna Borasca e Laís Rodrigues
Vídeo: Barbara Mille e Filipe Espósito
Podcast (narração): Áureo Lopes e Gabe Tanamura








Previous
Next Post »